Segundo os dados colhidos no local o maior número dos exploradores de ouro são de crianças, mulheres e alguns homens que vem de diferentes pontos da província de Nampula.
Tudo começou nos meados do ano de 2023, quando um grupo de residentes locais de Namalima, no posto Administrativo de Itoculo, descobriu de forma tradicional a existência de recursos minerais como é o caso de ouro, cobre e as pedras de turmalina. Estes recursos começaram a serem explorados pelos moradores de Itoculo distrito de Monapo, Nacala-a-Velha, Nacala-Porto, Memba, e a serem comprados pelos residentes de Cabo-Delgado, cidade de Nampula, Ilha de Moçambique, Tete e pessoas que eram oriundas da província de Manica.
Contudo, esta atividade é do conhecimento do chefe do posto de Itoculo e do governo distrital de Monapo, e o maior número dos exploradores são de crianças, mulheres e alguns homens que vem de diferentes pontos da província de Nampula.
Segundo os dados colhidos no local, os que trabalham naquelas minas tanto os vendedores quanto os compradores não têm licenças, ou documentos que legalizam o exercício das atividades.
Dados em nosso poder, indicam que a atividade de garimpo, é feita por crianças com idade escolar, e mulheres, que usam esta prática para sustentar as suas famílias, além de homens que raras vezes buscam os minerais.
Crianças entrevistadas pela equipe da nossa reportagem, afirmam que preferem fazer a actividade do garimpo do que ir a escola, pois conseguem vender as pedras, e o ouro para sustentar as suas famílias. Aliás, os preços de compra variam de 250 a 300 meticais cada grama.
Alfredo Felizardo, é também um garimpeiro que exerce esta actividade a 2 anos, e olha como oportunidade de sustentar os seus pais, pese embora os compradores estarem a pagar pouco dinheiro, e falta de água para lavar as pedras e filtrar o ouro ser um um dos problemas.
Os pais e encarregados de educação de educação asseguram que algumas crianças já abandonaram os estudos para focar-se ao garimpo, facto este que aumenta o absentismo escolar e consequentemente o alfabetismo.
Há mulheres que trabalham nestas minas de Namalima, mas apontam como dificuldades as cobranças ilícitas por parte dos responsáveis do terreno, e fiscais locais que exigem valores monetários de 100 meticais diários, mesmo sem adquirir os minerais.
Para os compradores denunciam valores absurdos que são vendidos as pedras, e agressão por parte dos estrangeiros que vem comprar e violência sexual de mulheres e crianças.
Nesta zona existe um grupo de mulheres que vendem comida para os compradores que vem de alguns pontos da província, pois atualmente encontram-se agastados por não existir clientes, uma vez que o garimpo acontece numa altura em que há crise económica no país.
Para o régulo da zona de Namalima, sustenta que actividade não esta trazer renda para os moradores, pois os compradores não têm uma documentação legal que lhe permita fazer trabalho, e razão pela qual compram valores baixos que não correspondem com o produto.
Por seu turno, Adolfo Manuel, chefe do Posto Administrativo de Itoculo, confirma a existência de recursos minerais em Namalima, como e o caso de Ouro, cobre, e turmalina que e explorado de forma ilegal, uma das classes que ali trabalham mais são as crianças com idade escolar, e mulheres que procuram autossustento.
A atividade de garimpo envolve crianças e por algum momento desistem da escola para procurar dinheiro nestas minas, tentamos contactar o diretor distrital de educação, Juventude e tecnologias de Monapo para ouvirmos sobre absentismo escolar em Itoculo, mas foi sem sucesso.
Para o geólogo Edson Elias Salane, confirma a existência dos minerais verdes em Namalima, no caso do cobre, Turmalinas, e até os minerais não verdes com é o caso do ouro.
A fonte vai mais longe em falar dos perfis de quem pode explorar, ou vender os recursos com base na lei de minas, e acreditados pelo ministério dos recursos minerais e energia em Moçambique.
Por outro lado, Salane assegura que uma vez que estão envolvidas crianças e mulheres há sempre prejuízos humanos assim como ambientais.
Admnistradora do distrito de Monapo, também não deu satisfação a nossa equipe de reportagem, alegando ocupações.
Lê-se num documento da diocese de Nacala, através do seu portal Vida nova, que pobreza e a falta de empregos para os jovens em Monapo estão na origem deste fenómeno.
De facto, vários garimpeiros afirmam que se sujeitam a escavar túneis, ou a peneirar águas dos rios, incontáveis vezes por dia, à procura de alguma coisa para comer e para ganhar algum dinheiro que lhes permite cobrir as suas necessidades e àquelas da sua família.
Além disso,também as invasões de pessoas nas várias concessões mineiras espalhadas pelo País, que continuamente acontecem,a procura de mineiros, parecem mesmo ser ditadas pela situação de fome e pobreza, e pela falta de empregos que faz com que se utilizem todos os meios legais e ilegais para alcançar aquele estilo de vida propagandeado, nem sempre pela necessidade, mas pela moda.
Importa lembrar que, segundo a lei de minas do artigo 2, O direito de uso e aproveitamento dos recursos minerais será exercido de harmonia com as melhores e mais seguras práticas mineiras, com observância dos padrões de qualidade ambiental legalmente estabelecidos e com vista a um desenvolvimento sustentável de longo prazo, visando a realização dos seguintes objectivos: a) Reconhecimento b) Prospecção e pesquisa c) Mineração d) Tratamento e processamento e) Comercialização ou outras formas de dispor do produto mineral f) Outros fins relacionados com os acima descritos.
Fonte: Rádio Watana