Recentemente, um grupo de pais e encarregados de educação expressou sua indignação em relação ao conteúdo dos livros didáticos utilizados no ensino primário, especialmente em relação a um exercício do livro do 8º ano que menciona o rapper moçambicano Azagaia. Na página 111, o material aborda a detenção do artista pelo SERNIC (Serviço Nacional de Investigação Criminal) por posse de drogas, gerando uma onda de críticas entre os responsáveis.
Os encarregados de educação questionam a intenção do governo ao incluir esse tipo de conteúdo nas aulas, levantando preocupações sobre a mensagem que está sendo transmitida às crianças. “O que o governo está tentando ensinar aos nossos filhos? Por que não falam do Azagaia como um herói, um artista que representa a luta e a cultura moçambicana?”, indaga uma mãe, que preferiu não se identificar.
A indignação se estende à forma como a figura de Azagaia é apresentada, com muitos pais argumentando que a narrativa deveria focar em suas contribuições artísticas e sociais, em vez de destacar aspectos negativos de sua vida pessoal. “Precisamos de referências positivas para nossos filhos, e não de exemplos que possam ser mal interpretados”, acrescenta outro encarregado.
A situação gerou um debate mais amplo sobre a responsabilidade dos educadores e do governo na escolha do conteúdo educacional, especialmente em um momento em que a influência da cultura pop e das redes sociais é tão forte entre os jovens. Os pais pedem uma revisão dos materiais didáticos e uma abordagem mais construtiva que valorize os aspectos positivos da cultura moçambicana.
Até o momento, o Ministério da Educação não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas a pressão da comunidade escolar pode levar a uma reavaliação do conteúdo dos livros didáticos. A expectativa é que as vozes dos pais e encarregados de educação sejam ouvidas e que haja uma mudança significativa na forma como figuras públicas são retratadas na educação.